Jucutuquara vai completar quarenta anos, e o presidente quer que a Escola se homenageie no carnaval 2012. Tirando o teor romântico, vejo essa idéia como mais uma tentativa para unir esse povo que a cada ano se desune mais, por motivos que todos sabemos. A minha preocupação com esse tema, é que o tiro saia pela culatra, e quando temos apenas uma bala não podemos perder esse tiro. Explico, Jucutuquara começou com um grupo de pessoas que queriam movimentar o bairro, os anos foram passando e outros foram chegando se agregando e construindo a história e suas histórias dentro da agremiação. O problema surge, quando grupos reinvidicam para sí essa história, fruto de construção coletiva. A pergunta é, Jucutuquara vai contar a história sob a ótica de quem?
A história de Jucutuquara é linda aos nossos olhos, assim como a de outras agremiações na ótica e sentimento de seus apaixonados, porém, como em toda história existem trechos que não gostamos nem queremos ver em evidência.
Alheio à vontade de muitos que começaram esse projeto, Unidos de Jucutuquara desenvolveu um EGOCENTRISMO de doer, e o pior, parece ser uma condição irreversível.
O que me consola, é que o bloco não nasceu com essa característica, mas não conseguimos defendê-lo ou protegê-lo para que o sucesso não nos levasse a uma condição egocêntrica. Entendo que todo egocêntrico se condena à solidão, ou em dado momento tem que pagar caro para ter as pessoas à sua volta, e acho que já estamos pagando.
É possível que a história de Jucutuquara nesse momento, só interesse a nós que estamos dentro dela ou a quem quer se inserir, auto-afirmar, ou até legalizar suas linhas mal traçadas ou não.
Ah! se resolverem mesmo seguir nessa linha, não esqueçam de esconder, pelo menos esconder o espírito de intrânsigencia, a prepotência, o autoritarismo e arrogância. Ajudará também se o carnaval 2011 não for sequer lembrado.
Essa é minha primeira contribuição para o carnaval de Jucutuquara 2012.
Mancha!
Amigo Mancha, cá estou eu a palpitar sobre seus escritos. Acredito que homenagear os 40 anos da Escola seja uma boa idéia, porém como vc diz, é necessário que se aborde uma linha, bem como explico essa linha? Seria talvez a trajetória romantica da agremiação, aquela que teve inicio com um grupo de rapazes e acabou fazendo uma cidade mais feliz. Só os últimos romanticos é que poderão entender essa linha de pensamento, pois foi o caminho que percorreram do ontem ao hoje, foram os caminhos da construção. Admirar e saborear uma torta de chocolate habilmente decorada na vitrine da confeitaria, nunca terá o gosto de separar os ingredientes, fazer a massa, assar e decorar com muito amor - assim é nossa escola. Em tempos de self service, tem gente que não conhece comida caseira, tem gente que acha que frango, nasce na sacola de plástico, no freezer do supermercado. Chega de devaneios. Há uma proposta de todas as escolas falarem sobre as rotas turisticas capixabas. Já abordamos esse tema algumas vezes. Penso que chegou a hora de repensarmos nosso passado, evidenciarmos nossas glórias e quem sabe essa reflexão nos faça construir um futuro que nos traga a felicidade de volta. Se não der certo, pelo menos tentamos, afinal somos os ultimos romanticos dessa Nação, que podem ser chamados de: Matuzalém, Ditão, Falcão, Rosario, Mancha, Genivaldo, Bernadete, Mano Gim, Julieta, Dona Leda, Arturzinho,Andrezinho, Regina Pepino, Tonico do Cavaco, Regina Lima, Polenta, Rita Poloni, Broa, Toninho Pepino, Taka Taka, eu e outros. Penso assim, nesse final de domingo em tempo de quaresma e de reflexão.
ResponderExcluir“È isso aí, camarada”! Parabéns
ResponderExcluirBoa pergunta, sob a ótica de quem seguiria o enredo???
Primeiro, reforço que o aniversário de uma instituição só interessa a ela mesma, a não ser quando se trata de uma plano de marketing bem elaborado, o que não vem ao caso, parece que esta agremiação não se preocupa com isso, bom, isso é outra história. Se falando em escola de samba, especificamente GRES Unidos de Jucutuquara, concordo com o camarada Mancha, a história é linda aos olhos de quem a fez e aos de quem ainda resiste, sem falar na linhagem, de onde surgiu, os corujas saudosos relembram a história cada um como sua.
... Um grande amor nessa vida, minha escola querida... Recuperar a paixão pela agremiação é buscar valores que não existem mais. Não adianta filosofar, não existe receita, a manutenção sentimental, hoje passa por egos que precisam de auto se afirmar, e para isso usam o espaço da coruja. Fica difícil ganhar um carnaval falando de si mesmo, uma vez que no nosso carnaval quem não é Jucutuquara é contra. Agora pense como jurado...
Valeu camarada, aquele abraço!!!
Concordo com anonimo, na questão recuperar a paixão pela agremiação é buscar valores que não existem mais e com toda certeza ele ajudou a destruir. Para ele lá ou cá tanto faz.Diferente de quem seguiu uma trajetoria, construiu o que ele chegou para desfrutar e vai pular fora se o barco afundar.
ResponderExcluirEsse camarada é uma gracinha.