As pessoas quando passam a nos conhecer, algumas ficam sabendo o que trazemos na mochila, mas a maioria não.Outros não sabem de onde viemos, nem para onde queremos ir, mas percebem onde podemos chegar, e nos incentivam, acreditam e nos impulsionam.
Cida é uma pessoa que não aceitou o estreito limite que a vida lhe impunha, é de família humilde, pobre, negra e mulher. Todos os requisitos para viver uma trajetória mediana de conformismo dentro de um sistema cruel e excludente. Cida não parou para lamentar as desigualdades, mas se preparou para enfrentá-las. Calçou as sandálias de luta, meteu o pé na porta e caiu na estrada.
Num vôo solo praticamente solitário, foi para São Paulo fazer seu doutorado, voltou e chamou o sistema para o braço, com a segurança de quem está preparado para por em prática o sonho de transformar o mundo, no pedacinho que lhe couber.
Cida prova para nós amigos e familiares, que todos podem, uns com facilidades e outros com muitas dificuldades, mas todos podem. Martin Luther King geralmente começava suas falas evocando o sonho de igualdade, nunca pediu facilidades, mas oportunidades iguais para que o próprio povo negro resolvesse suas questões, Cida é assim; tem a indignação, mas acima de tudo a consciência de que não basta se indignar havemos que estar preparados para o enfrentamento qualificado e com ética.
Aceite Cida os aplausos de nossos corações, acompanhado do orgulho de seus familiares, parentes e amigos. Fico a imaginar o sorriso lindo que Alcí deve estar agora pela sua caminhada e de seus irmãos na estrada pavimentada por ele e tia Madalena.
Eu creio, essa Vice Reitoria na UFES é apenas um degrau na escalada de sua vida.
Parabéns!
Devaldo Baptista dos Santos
