terça-feira, 29 de janeiro de 2013

ASSIM TERMINA A CONVERSA COM PEDRO SUZANA ( PARTE IV)



Companheiros do mundo do samba, aquí termino uma conversa gravada que fiz com Pedro Suzana, no final de 2012.
Foi uma conversa franca, sem o intuito de de atingir a ninguém, mas trazer à luz, fatos obscuros que ocorreram em nosso carnaval, bem como o que vem sendo feito de bom para resgate do mesmo.
Meu muito obrigado, e vamos ao último trecho da conversa.

MF- Pedro, algo que sempre quis te perguntar e nunca o fiz, o episódio dos Brasões que Jucutuquara usou em 2008 quando homenageava nossa ilha?

P S – Aquilo foi outra vergonha, alí talvez tenha ocorrido meu acirramento pessoal com o Nunes, porque eu era o diretor de carnaval saí da pista às seis horas da manhã, às oito e meia já tinha alguém na porta de minha casa me acordando com urgência que era um caso seríssimo, achei que havia ocorrido uma catástrofe, acordei e fui para a LIGA, quando cheguei lá, encontrei o presidente, a diretora financeira que era Aleida, mais uns três ou quatro, foi quando Nunes me apresentou um documento dizendo, isso aqui quem decide é você, eu preciso que você dê um despacho nesse documento agora, então disse pra ele, você me chamou aqui pra isso? A apuração é depois de amanhã, não estou entendendo, e ele reforçou, é um problema seríssimo que foi denunciado nas rádios A e B, aí me preocupou, então deixa eu ler. Vou levar e analisar, depois dou o despacho , não, mas preciso disso agora, tenho que levar logo pois depois de amanhã tem apuração alegou o presidente. Disse que levaria para consultar a quem de direito pois eu não assino sem parecer, então consultei o jurídico da LIGA, que procurou saber e viu que não passava de uma armação para derrubar o título de Jucutuquara que fez o melhor desfile a olhos nús. Não existia nada de ilegal naquilo, tudo era legal mas a pressão grande então levei o assunto para a reunião com os presidentes antes de abrir os envelopes. Na reunião me perguntaram qual era meu parecer, e disse que não havia nenhuma penalidade contra Jucutuquara.

MF- Lembro que cheguei com o recurso e você me perguntou se eu havia assinado alguma punição na pista, referente a “brasão”, disse que não, e você reafirmou não há penalidade, fique tranquilo.

P S – Ninguém puniu na pista porque não havia irregularidade, então fomos para a reunião com os presidentes, chegando lá, votação; nunes se absteve da votação e delegou o voto dele para o diretor de carnaval que era eu, então o meu voto valeu por dois e já abrí a votação sendo contra, acho que apenas um ficou a favor dele, e todos os outros foram contra e assunto encerrado. Foi uma denúncia absurda, que nos levou a fazer constar no regulamento a proibição de uma escola apontar erros das outras, isso é papel dos jurados e das comissões.

MF-E aquele envelope violado?

P S- Tem processo na justiça.

MF- O que foi aquilo?

P S – Por favor, só me pergunte o que sei rsrsrs, aquilo foi uma tentativa de tumultuar para modificar o resultado da apuração, nada mais...como disse está nas mãos da justiça, muita gente já foi ouvida a PM abriu investigação interna, até porque os envelopes estavam sob a guarda da PM no quartel. Depois disso acabou, estamos guardando as notas em carro forte da PROSSEGUR, não tivemos mais problemas. Mas foi só pra tumultuar, porque a Andaraí desceu sem as baianas... Mas são episódios do carnaval.

MF- As obras do Sambão do Povo são as necessárias ou aquilo é uma meia sola?

P S- Essa pergunta tem que ser feita aos secretários de cultura e de obra, eu não sei nada.

MF – E na sua opinião?

P S – O nosso carnaval precisa muito mais

MF – Então é uma meia sola?

P S  - Se é assim que você denomina, é isso aí, uma meia sola.

MF – Na área de dispersão está sendo construída uma escola...

P S – Está paralisada a obra

MF – Se essa obra for concluída, entendo que o Sambão estará inviabilizado...

P S – Os candidatos que concorreram à Prefeitura de Vitória prometeram solução para o problema, tanto é que o atual prefeito paralisou a obra. Já mostramos para eles que sem aquele terreno o desfile estará inviabilizado, inclusive mostramos pra eles o projeto de galpões que pode ajudar a solucionar parte dos problemas, mas sem aquele espaço, impossível.
Vamos aguardar e ouvir o prefeito novo.

MF- O que não perguntei e você quer falar até a hora do jogo do Fluminense?

PS - Quero agradecer a oportunidade, à muito você pede essa conversa, mas não sou muito de falar, sou mais de trabalhar. Sou fã de seu blog e leio todos os dias, gosto de suas opiniões embora não concorde com todas, faz parte. Espero que contribua cada vez mais, cobrando o poder público, cobrando mais ações das Escolas de Samba e da LIESES. É um direito da imprensa.
Dizer para você que enquanto estiver trabalhando para o carnaval, estarei o fazendo com muito carinho atenção e zelo. Embora seja idealista, dependo da votação dos presidentes.
Perco algumas votações e quando ganho reconheço que é para  a grandeza do carnaval.


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