sábado, 16 de julho de 2011

PARAR O BONDE


Hoje sei que tudo fica muito mais difícil, porém gratificante, depois que conseguimos parar um bonde desembestado ladeira abaixo que passa por nossa vida e embarcamos. A decisão de querer descer pode vir num lampejo de percepção quando nossa mente sinaliza que já não agüentamos mais. Então é hora de jogar entulhos nos trilhos, pois essa máquina que não para mais nos pontos regulares, muitas vezes nos faz perder a noção de para onde estamos sendo levados, eu não sabia mais para onde ia.

Então no dia 16 de maio de 1984 resolvi parar meu trem na marra, atirei muitos entulhos, e descobri que o grande desafio era se desvencilhar das cargas que não conseguí jogar para fora, então fui buscar ajuda e, 16 de julho de 1984 desembarquei definitivamente numa estação chamada “AA”.

Foi a partir daí que assumi a caneta que escrevo até hoje minha história, aprendi que não há impossibilidades num processo de reconstrução, porém muitos limites haverão que ser detonados, principalmente os muros erguidos no período de cegueira mental provocada pela anestesia da dependência.

Sigo firme, vinte e quatro horas por dia, lutando, vencendo caindo e lucidamente levantando. Rompendo as imposições, e intransigente na defesa das posições que acredito até que me provem estar equivocado, nesse momento fica patenteada a capacidade de perdoar e pedir perdão.

Hoje além do agradecimento ao poder superior, quero desejar muitas vinte e quatro horas de sobriedade a todos aqueles conseguiram desembarcar, e a todos que ainda jogam seus entulhos nos trilhos, na tentativa desesperada de a partir da próxima estação TOCAR EM FRENTE.

Muito obrigado a todos vocês companheiros e companheiras que me ajudam nessa caminhada.

Comemorem comigo, A CANETA QUE ESCREVE A HISTÓRIA DE MINHA VIDA CONTINUA EM MINHAS MÃOS.

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